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Me Mimei: Como Planejar Compras, Festas e Gastos no Fim de Ano Sem Comprometer o Orçamento

Atualizado: 14 de jan.

Ilustração de uma cena festiva com uma família em volta de uma mesa decorada de forma simples, compartilhando uma refeição alegre, com uma árvore de Natal minimamente decorada ao fundo, em um ambiente acolhedor e feliz.
Uma família reunida ao redor de uma mesa modestamente decorada, compartilhando um jantar simples e cheio de alegria, com uma árvore de Natal ao fundo, simbolizando celebração com foco em união e simplicidade.

Por Silvia Alambert Hala


Com a chegada do fim do ano, as redes sociais explodem com tendências que captam de forma leve e divertida a essência das escolhas humanas. A trend “Me Mimei”, que faz humor com indulgências pessoais, reflete o comportamento de consumo e a necessidade de autocuidado. No entanto, também serve como alerta para práticas financeiras desordenadas, uma realidade de muitas famílias brasileiras.


O final de ano é marcado por festas, compras e viagens. É o momento em que o brasileiro costuma se “mimar” – seja com presentes, roupas novas ou escapadas turísticas. Mas, o que deveria ser uma celebração pode acabar em frustração financeira. Dados recentes mostram que cerca de 78% das famílias brasileiras estão endividadas, muitas delas devido a gastos acima do planejado durante as festas de Natal e Ano Novo.


Por que o Planejar é um Hábito que Cultivamos Tão Pouco?


Planejar financeiramente ainda não é um hábito enraizado na cultura brasileira. Muitos jovens crescem em lares onde o orçamento mensal não é discutido. Em vez de aprenderem sobre equilíbrio financeiro, associam bem-estar à aquisição de bens materiais. O fenômeno “Me Mimei” expõe esse comportamento de consumo impulsivo: “Eu mereço, então vou me dar esse presente, mesmo que meu bolso diga o contrário.”


No final de ano, essa prática é exacerbada:


  • Compras de Natal: A pressão de comprar presentes caros leva muitos a recorrerem a parcelamentos extensos, comprometendo o orçamento do ano seguinte.

  • Festas e Ceias: Organizar festas luxuosas é um padrão que pode ser substituído por celebrações simples e igualmente significativas.

  • Viagens: Promoções tentadoras impulsionam viagens não planejadas, gerando dívidas que impactam o orçamento familiar.


Como Transformar a Tendência “Me Mimei” em Aprendizado Financeiro?


A popularidade da trend “Me Mimei” pode ser aproveitada para promover a educação financeira entre crianças e jovens. Esse comportamento não precisa significar apenas gastos impulsivos, mas pode ser reinterpretado como um direito ao autocuidado dentro de um planejamento financeiro consciente. Aqui estão algumas dicas práticas:


  1. Estabeleça Prioridades: Antes de gastar, reflita sobre o que é realmente importante. Um jantar simples com pessoas queridas pode ser mais valioso do que uma festa grandiosa.

  2. Defina Limites Claros: Determine um orçamento para presentes e viagens. Isso evita dívidas desnecessárias.

  3. Planeje com Antecedência: Guardar dinheiro ao longo do ano permite celebrações mais prazerosas, sem culpa ou apertos financeiros.


Atividade Prática: “Planejando Meu Me Mimei”


Esta atividade é ideal para pais e professores ensinarem jovens sobre o impacto de suas escolhas financeiras no final de ano.


Materiais Necessários:


  • Uma folha de papel ou cartolina por participante.

  • Canetas coloridas ou marcadores.

  • Calculadora (opcional).

  • Recortes de imagens de revistas para ilustração.


Passo a Passo:


  1. Contextualização (10 minutos): Explique o conceito de “Me Mimei” e relacione-o aos gastos de final de ano. Pergunte aos jovens:

    • O que você mais gosta de fazer no fim do ano?

    • Você já viu alguém da sua família preocupado com dinheiro após as festas?

  2. Planejamento dos Desejos (15 minutos): Peça para cada jovem fazer uma lista de tudo o que gostaria de “mimar” no final de ano (presentes, festas, roupas, viagens).

  3. Definindo Prioridades (15 minutos): Organize a lista, colocando os itens mais importantes no topo. Explique a diferença entre desejos e necessidades.

  4. Calculando os Custos (20 minutos): Pesquise os valores médios de cada item. Use a calculadora para somar o total e compare com um orçamento fictício ou familiar.

  5. Ajustando o Plano (10 minutos): Discuta alternativas para ajustar os gastos ao orçamento. Sugira opções mais econômicas.

  6. Concretizando o Plano (10 minutos): Cada jovem cria um mural chamado “Meu Me Mimei Sustentável”, ilustrando suas escolhas ajustadas ao orçamento.


Reflexão Final:


Converse sobre como se sentiram ao planejar. Reforce que autocuidado e celebração podem acontecer de maneira consciente e sustentável.


Transformar o comportamento do “Me Mimei” em uma prática financeira responsável incentiva o planejamento e ensina valores como gratidão, simplicidade e autocontrole. Se as famílias brasileiras adotarem a educação financeira em casa, poderemos substituir o endividamento por celebrações que tragam paz e segurança financeira. Gostou das dicas?


Compartilhe com amigos e familiares! Confira mais artigos sobre planejamento financeiro em nosso blog, leia os que estão sugeridos ao fim dessa leitura.


Desejamos um Feliz 2025, cheio de realizações planejadas e muita consciência financeira! 

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Silvia Alambert Hala é mãe, empreendedora educacional, cofundadora da www.creativewealthintl.org, empresa que atua no desenvolvimento de programas de educação financeira para crianças e jovens e treinamento de multiplicadores dos programas no Brasil e em diversos países há cerca de 20 anos, palestrante Tedx São Paulo Adventures, coautora do livro “Pai, Ensinas-me a Poupar” (editora Rei dos Livros, Portugal), educadora financeira de crianças, jovens e suas famílias.


RadiumWeb e Creative Wealth Internacional firmaram uma parceria colaborativa para fornecer educação financeira abrangente para brasileiros em todo o mundo.

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