Por que o Dólar é a Moeda do Comércio Internacional?
- Silvia Alambert Hala

- 1 de ago.
- 4 min de leitura
Atualizado: 6 de ago.

Publicado em 01/08/2025
Por Silvia Alambert Hala (@silviaalambert_edufin)
Você já se perguntou por que o dólar é a moeda padrão do comércio internacional? Mesmo vivendo no Brasil, o sobe e desce da cotação do dólar mexe diretamente com o nosso bolso. O preço do pão, da gasolina e até do celular pode mudar… por causa dele!
Neste artigo, você vai entender como o dólar se tornou a moeda do mundo, por que isso acontece até hoje e como essa realidade afeta a economia do Brasil.
O que é uma moeda padrão?
Imagine o seguinte: você e seus amigos fazem parte de um clube do lanche. Cada um leva alguma coisa — suco, bolacha, sanduíche — e todos trocam entre si. No começo, as trocas são feitas na base da confiança, mas alguém propõe:
“E se usássemos figurinhas como moeda para facilitar a troca?”
Com o tempo, uma figurinha específica passa a ser aceita por todos. Ela é mais fácil de conseguir, todos confiam nela e, principalmente, quem tem mais dessas figurinhas influencia as decisões.
Foi mais ou menos isso que aconteceu com o dólar americano.
Como e por que o dólar se tornou a moeda do comércio internacional?
Ao longo da história, várias moedas tentaram ocupar esse lugar de confiança internacional: a libra esterlina britânica, o franco francês, o marco alemão. Mas guerras, crises econômicas e instabilidades políticas faziam essas moedas perderem força e, junto com isso, a confiança dos mercados.
O fortalecimento dos EUA após a Segunda Guerra Mundial
O dólar começou a ganhar destaque no início do século XX, mas foi após a Segunda Guerra Mundial que ele se consolidou como moeda global. Enquanto a Europa estava destruída, os Estados Unidos saíram fortalecidos e com grandes reservas de ouro.
O Acordo de Bretton Woods e o padrão ouro
Em 1944, representantes de 44 países se reuniram no Acordo de Bretton Woods. O objetivo era criar um sistema financeiro internacional mais seguro e previsível. Ficou decidido que o dólar seria a moeda de referência, com seu valor atrelado ao ouro (US$ 35 por onça). As outras moedas passaram a ser convertidas em dólar, e, indiretamente, em ouro.
Confiança, estabilidade e a rede global do dólar
Os EUA demonstravam estabilidade política e crescimento econômico. Com isso, os países começaram a usar o dólar como reserva de valor, ou seja, confiaram nele como aquela figurinha do clube do lanche que todo mundo quer ter.
Além disso, com o tempo, contratos internacionais importantes — principalmente os do petróleo — passaram a ser fechados em dólar. Isso tornou o dólar ainda mais essencial para o comércio global.
O dólar é perfeito?
Não. O dólar também sofre com inflação, decisões políticas internas dos EUA e crises financeiras. Já houve tentativas de reduzir a dependência do dólar, como a criação do euro e as discussões entre países dos BRICS para negociar entre si em moedas locais.
Mas até hoje, nenhuma outra moeda oferece o mesmo nível de liquidez, estabilidade e aceitação mundial. O dólar segue sendo escolhido porque, mesmo com falhas, é o representante confiável do sistema financeiro global.
Por que o dólar influencia a economia do Brasil?
A vida dos brasileiros está diretamente conectada à força do dólar.
Quando o dólar sobe, produtos importados ficam mais caros — de eletrônicos a combustíveis. Isso pressiona a inflação e encarece o custo de vida.
Quando o dólar cai, o Brasil importa mais, mas as exportações ficam mais difíceis, pois nossos produtos se tornam mais caros no mercado internacional.
Por isso, entender a relação do Brasil com o dólar é fundamental para ter uma visão crítica do noticiário e do impacto no seu bolso.
Atividade prática: A Moeda que Manda no Mundo
Se você é educador, pai ou mãe, pode usar essa dinâmica para ensinar jovens sobre economia global de maneira simples e divertida.
Faixa etária sugerida: A partir dos 12 anos
Duração: 40 a 60 minutos
Material: Papel, canetinhas coloridas, folhas de sulfite (1 para cada grupo), materiais recicláveis e sulfites de cores diferentes recortadas em quadradinhos (dinheiro fictício).
Passo 1 – Criação das Nações (15 min)
Divida os participantes em 4 ou 5 grupos. Cada grupo representa um país fictício, escolhe um nome e define os produtos que fabrica (brinquedos, alimentos, tecnologia). Cada grupo recebe quadradinhos de sulfite de uma cor, criando sua própria moeda.
Passo 2 – Comércio entre países (10 min)
Os grupos tentam importar produtos dos outros, usando apenas sua moeda. Logo, perceberão a dificuldade de negociar usando diferentes moedas.
O educador pode fazer perguntas como:
Se o outro país te pagar com a moeda dele, você conseguirá pagar as contas no seu país?
Sua moeda vale mais ou menos do que a do outro país? Por quê?
Passo 3 – Introdução de uma moeda-padrão (10 min)
Crie a “Moedinha Global” (uma cor de quadradinho diferente). Explique que todas as negociações agora devem ser feitas com essa moeda. Mostre como isso facilita o comércio.
Passo 4 – Discussão final (15 min)
Conduza uma roda de conversa com perguntas:
Foi mais fácil negociar com uma moeda comum?
Por que confiaram na Moedinha Global?
O que aconteceria se essa moeda perdesse a confiança?
Como isso se relaciona com o papel do dólar no mundo real?
Educação financeira começa com informação
Entender por que o dólar é a moeda do comércio internacional ajuda a compreender melhor a economia do dia a dia. Isso nos permite olhar para as notícias financeiras com mais clareza e tomar decisões mais conscientes.
Quem ama também educa financeiramente.
Silvia Alambert Hala é mãe, empreendedora educacional, cofundadora da www.creativewealthintl.org, empresa que atua no desenvolvimento de programas de educação financeira para crianças e jovens e treinamento de multiplicadores dos programas no Brasil e em diversos países há cerca de 20 anos, palestrante Tedx São Paulo Adventures, coautora do livro “Pai, Ensinas-me a Poupar” (editora Rei dos Livros, Portugal), educadora financeira de crianças, jovens e suas famílias.
RadiumWeb e Creative Wealth Internacional firmaram uma parceria colaborativa para fornecer educação financeira abrangente para brasileiros em todo o mundo.










Comentários