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Educação Financeira para Crianças e Jovens: Como Ensinar a se Proteger de Riscos


Criança aprendendo a guardar dinheiro em potes com rótulos para educação financeira
Separar o dinheiro em potes com objetivos diferentes ajuda as crianças a entenderem como se proteger de riscos e tomar decisões financeiras mais conscientes

Por Silvia Alambert Hala


Você já imaginou explicar a uma criança, ou mesmo um jovem, o que significa “se proteger de riscos”? Pode parecer complicado, mas essa habilidade é essencial para a vida — e pode ser desenvolvida desde cedo. Ensinar crianças e jovens a prever problemas e criar estratégias para enfrentá-los é uma das bases da educação financeira e da construção de uma vida segura e equilibrada.


Vivemos em um mundo onde imprevistos acontecem: perdas, mudanças, acidentes, decisões ruins. E não há forma melhor de lidar com isso do que se preparando para o que pode dar errado. Proteger-se de riscos é uma forma prática de ensinar que é possível evitar problemas, reduzir prejuízos e tomar decisões mais seguras no presente e no futuro.


O que são riscos para crianças e jovens?


Risco é tudo aquilo que pode dar errado. Pode ser perder um brinquedo, deixar de receber a mesada, gastar todo o dinheiro com um jogo e não ter mais para o lanche, ou até deixar de estudar e tirar nota baixa. Todos esses são exemplos de situações que envolvem riscos.


Para uma criança, podemos usar metáforas simples. Imagine atravessar uma ponte estreita: se você corre, pode cair. Se vai com calma e atenção, passa com segurança. Quando falamos em dinheiro, o raciocínio é o mesmo: quem se organiza e pensa antes de agir, tem mais chances de evitar problemas.


Agora que entendemos o conceito de risco, vamos aplicar à vida financeira. Veja alguns exemplos práticos que ajudam a criar consciência e autonomia:


1. Guardar para emergências


Ensinar a reservar parte da mesada para situações inesperadas é uma forma clássica de proteção. Uma ideia divertida é criar potes com rótulos: Gastar, Sonhar  e Emergência. Assim, a criança aprende que nem tudo deve ser usado imediatamente.


2. Evitar compras por impulso 


Ensine o “semáforo das decisões”:


• Vermelho: pare e pense 

• Amarelo: avalie se vale a pena 

• Verde: decida com consciência 


Isso reduz o risco de arrependimentos e desperdício.


3. Diversificar sonhos


Não colocar todo o dinheiro em um só objetivo é uma forma inteligente de proteção. Se um plano não der certo, existem outros que continuam de pé. Isso ensina equilíbrio e resiliência.


4. Aprender com os erros dos outros


Histórias de decisões financeiras ruins (em filmes, livros ou casos reais) são oportunidades valiosas de aprendizado. Pergunte: “O que poderia ter sido feito diferente?”


5. Planejar antes de agir


Criar o hábito de fazer perguntas como “E se algo der errado?” ajuda a formar o pensamento crítico e a visão de longo prazo.


Um olhar cuidadoso sobre o futuro


Educar para a proteção contra riscos não é ensinar a ter medo do futuro, mas a ter preparo emocional e financeiro para lidar com ele. Crianças e jovens que aprendem a prever dificuldades e buscar soluções tornam-se mais confiantes e responsáveis.


Pais e educadores têm um papel fundamental nesse processo. Um ambiente seguro, onde o erro é visto como aprendizado, favorece o desenvolvimento de atitudes positivas diante dos desafios. Perguntas como “O que poderia dar errado?” ou “Como podemos nos proteger disso?” são ótimos disparadores para conversas ricas.


Proteger-se de riscos não é só pensar em si mesmo, mas também nas consequências das nossas decisões na vida das pessoas ao nosso redor. Por exemplo: um jovem que aprende a guardar dinheiro não só evita dívidas, mas também pode ajudar a família em momentos difíceis.


Essa consciência social pode (e deve) fazer parte da educação financeira. Falar sobre escolhas, consequências e responsabilidade nos prepara para um mundo mais justo e colaborativo.


Ensinar proteção contra riscos desde cedo é mais do que uma lição de finanças: é uma lição de vida. Ao integrar esse tema ao cotidiano, ajudamos nossas crianças e jovens a tomar decisões mais seguras, lidar melhor com imprevistos e conquistar seus sonhos com autonomia e sabedoria.


Comece hoje com perguntas simples:


• “Se você perdesse sua mesada, o que faria?” 

• “Como podemos guardar um pouco de dinheiro toda semana?” 

• “O que você pode fazer para evitar um problema futuro?” 


Com essas sementes, plantamos um futuro mais preparado, consciente e próspero. 

Silvia Alambert Hala é mãe, empreendedora educacional, cofundadora da www.creativewealthintl.org, empresa que atua no desenvolvimento de programas de educação financeira para crianças e jovens e treinamento de multiplicadores dos programas no Brasil e em diversos países há cerca de 20 anos, palestrante Tedx São Paulo Adventures, coautora do livro “Pai, Ensinas-me a Poupar” (editora Rei dos Livros, Portugal), educadora financeira de crianças, jovens e suas famílias.


RadiumWeb e Creative Wealth Internacional firmaram uma parceria colaborativa para fornecer educação financeira abrangente para brasileiros em todo o mundo.

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