Rebaixamento da Nota dos EUA Explicado para Jovens: Entenda o Que Aconteceu e Por Que Isso Importa
- Silvia Alambert Hala
- 23 de mai.
- 4 min de leitura
Atualizado: 4 de jun.

Por Silvia Alambert Hala
Você já recebeu um boletim escolar com suas notas ou já paraou para entender o que significa o rebaixamento da nota dos EUA?
Já imaginou se, em vez de você, fosse um país inteiro recebendo uma nota? É exatamente isso que acontece quando agências como a Moody’s e a Fitch Ratings avaliam a situação econômica de um país.
Vamos entender quem são essas agências, por que os Estados Unidos tiveram sua nota rebaixada duas vezes nos últimos dois anos, o que isso significa para o país e para o mundo, e como isso se compara às notas da escola.
No final, tem uma atividade prática para você refletir com seus colegas ou sua família. Vamos nessa?
O que são Moody’s e Fitch?
Moody’s e Fitch Ratings são duas das três maiores agências de classificação de risco do mundo. Elas funcionam como “professoras da economia”, avaliando se os países (ou empresas) têm capacidade de pagar suas dívidas em dia.
As notas que elas dão vão de Aaa ou AAA (nota máxima) até C (nota mínima). Quanto melhor a nota, mais confiança os investidores têm de que aquele país vai cumprir suas promessas financeiras.
Os Estados Unidos, que por muitos anos tiveram a nota máxima (AAA), sofreram dois rebaixamentos recentes:
1. Fitch Ratings rebaixou de AAA para AA+ em 1º de agosto de 2023
Foi a segunda vez na história que uma agência rebaixou a nota dos EUA. Os motivos:
Deterioração fiscal: os EUA estão gastando mais do que arrecadam.
Dívida crescente: a dívida do governo é muito alta — e continua subindo.
Problemas de governança: muitas disputas políticas dificultam a tomada de decisões sérias.
Gastos obrigatórios aumentando: despesas com Medicare (plano de saúde para idosos) e Seguridade Social estão crescendo rapidamente.
2. Moody’s rebaixou de Aaa para Aa1 em 16 de maio de 2025
Essa foi uma queda de um nível, mas ainda assim importante. A Moody’s também apontou:
Aumento persistente na dívida pública.
Crescimento dos gastos obrigatórios no longo prazo.
Risco de que a situação continue piorando se reformas não forem feitas.
O que significa o rebaixamento da nota dos EUA na prática?
Apesar de os EUA ainda serem considerados uma das economias mais seguras do mundo, o rebaixamento mostra que há riscos se acumulando. Veja como isso impacta:
1. Dentro dos Estados Unidos:
O governo pode ter que pagar mais juros para se financiar.
Os empréstimos para empresas e famílias também podem ficar mais caros.
O governo pode ter menos dinheiro para investir em saúde, educação ou infraestrutura, já que mais recursos vão para pagar dívidas.
2. No mundo todo:
Muitos países e bancos guardam dinheiro em títulos americanos porque são considerados “seguros”. Se essa segurança cai, pode haver mudança no fluxo de dinheiro global.
Moedas de outros países podem se valorizar ou desvalorizar.
A confiança geral no sistema econômico global pode ser abalada.
E o que isso tem a ver com suas notas da escola?
Vamos comparar as notas das agências com as notas escolares para entender melhor:
Dá para entender que os EUA ainda estão entre os melhores da turma, mas já não são os “primeiros da classe”. A confiança do mercado começa a ficar mais cuidadosa, assim como um(a) professor(a) que começa a prestar mais atenção em um aluno que está se desorganizando.
Mesmo sendo jovem, o que acontece com a economia dos Estados Unidos pode impactar sua vida no Brasil ou em qualquer outro país:
Se o dólar sobe, os produtos importados (como eletrônicos ou alimentos) ficam mais caros.
Se os juros aumentam no mundo todo, pode ficar mais difícil para empresas crescerem.
Pode haver impacto em empregos, viagens, bolsas de estudo e oportunidades futuras.
Além disso, aprender sobre finanças públicas e confiança econômica te ajuda a ser um cidadão mais preparado e consciente!
Atividade prática: “Notas da Responsabilidade Econômica”
Objetivo: Refletir sobre como atitudes (boas ou ruins) influenciam a confiança — seja em pessoas ou países.
Materiais:
• Cartões com nomes de pessoas ou grupos
• Fichas com situações econômicas fictícias (positivas e negativas)
• Quadro com a escala de notas (de Aaa a C ou de 10 a 0)
Como funciona:
1. Cada grupo/personagem começa com uma nota “Aaa” ou “10”.
2. Um mediador lê situações como:
• “O país aumentou impostos, mas investiu bem em saúde.”
• “O governo atrasou o pagamento de suas dívidas.”
• “A empresa usou dinheiro emprestado para criar empregos.”
• “O país ficou meses sem aprovar orçamento por brigas políticas.”
Continue alimentando a atividade com mais afirmações, sem entrar em argumentações sobre partidos. A ideia sobre esta atividade é a importância de compreender movimentos econômicos e educar para a cidadania.
3. O grupo avalia se a nota sobe, desce ou se mantém.
4. Ao final, discutam:
• O que gera confiança nas pessoas ou países?
• Como manter uma boa nota na vida real?
Assim como você pode ganhar ou perder confiança na escola com base nas suas atitudes, os países também são avaliados pelas suas escolhas. Entender isso te prepara para ser alguém que pensa no coletivo, faz boas escolhas e entende como pequenas ações podem gerar grandes consequências — tanto na vida pessoal quanto na economia global.
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Silvia Alambert Hala é mãe, empreendedora educacional, cofundadora da www.creativewealthintl.org, empresa que atua no desenvolvimento de programas de educação financeira para crianças e jovens e treinamento de multiplicadores dos programas no Brasil e em diversos países há cerca de 20 anos, palestrante Tedx São Paulo Adventures, coautora do livro “Pai, Ensinas-me a Poupar” (editora Rei dos Livros, Portugal), educadora financeira de crianças, jovens e suas famílias.
RadiumWeb e Creative Wealth Internacional firmaram uma parceria colaborativa para fornecer educação financeira abrangente para brasileiros em todo o mundo.
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