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Ata do Copom de maio de 2025: Selic sobe para 14,75% com cenário inflacionário ainda adverso

Infográfico mostrando a elevação da taxa Selic para 14,75% conforme a Ata do Copom de maio de 2025
Cenário inflacionário ainda adverso: Copom eleva juros e mantém postura firme. Confira o resumo visual da Ata de maio/25.

Por Ricardo São Pedro


A Ata do Copom de maio de 2025 confirmou os motivos por trás da decisão de elevar a taxa Selic para 14,75% ao ano. Publicada após a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, a ata revela a preocupação com a inflação persistente, as expectativas desancoradas e o cenário internacional incerto.


Este artigo vem para complementar o texto publicado na semana passada, no qual analisamos a decisão do Copom. Agora, com a divulgação da Ata da Reunião, temos acesso aos bastidores e argumentos que sustentaram o novo aumento dos juros.


O que mostra a Ata do Copom de maio de 2025


Cenário internacional incerto pressiona decisões


A conjuntura externa continua desafiadora. A política comercial dos Estados Unidos, com novas tarifas e impactos sobre o comércio global, está alimentando incertezas sobre o crescimento mundial e os níveis de inflação. O Copom avalia que esse ambiente exige mais cautela por parte de países emergentes, como o Brasil, sobretudo diante de uma possível desaceleração mais forte da economia americana.


Inflação elevada e expectativas desancoradas preocupam


No cenário doméstico, a inflação continua acima da meta. As projeções da pesquisa Focus indicam:


  • 5,5% para 2025

  • 4,5% para 2026


Esses números evidenciam uma desancoragem das expectativas de inflação, o que representa um risco adicional para o controle de preços. O Copom foi claro: em um ambiente com expectativas desancoradas, será necessário manter a política monetária mais restritiva por mais tempo.


Atividade econômica ainda resistente ao aperto monetário


A economia brasileira segue apresentando sinais de resiliência. O mercado de trabalho continua aquecido, com baixo desemprego e salários reais em alta, o que sustenta o consumo e dificulta a desaceleração da inflação. Apesar disso, o Copom já observa sinais iniciais de moderação, como parte do efeito esperado do atual ciclo de juros elevados.


Crédito mais caro e política fiscal afetam projeções


O mercado de crédito começa a sentir os efeitos da alta dos juros: taxas mais elevadas, menor apetite ao risco por parte dos bancos e queda nas concessões. Esses fatores devem contribuir para a redução da atividade ao longo dos próximos trimestres.


O Comitê também manifestou preocupação com a política fiscal. Um ambiente de aumento de gastos públicos, sem contrapartida de reformas estruturais, pode comprometer a credibilidade e elevar a taxa de juros neutra da economia — tornando o combate à inflação ainda mais custoso.


Por que a Selic subiu para 14,75% ao ano


A decisão de elevar a Selic em 0,50 ponto percentual foi tomada com base em:


  • Inflação ainda pressionada

  • Expectativas desancoradas

  • Resiliência da atividade econômica

  • Pressões do mercado de trabalho

  • Incertezas fiscais e externas


As projeções do próprio Banco Central indicam uma inflação de 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, ainda distantes da meta.


Perspectivas para a política monetária nos próximos meses


O Copom sinalizou que a política monetária deve continuar restritiva por um período prolongado. A atuação do Banco Central seguirá baseada na evolução da inflação, nas expectativas do mercado, no comportamento do câmbio e nos impactos acumulados das decisões anteriores.


Fique por dentro


Quer entender como a política de juros impacta seu bolso, seus investimentos e o consumo do dia a dia? Acompanhe nossos conteúdos aqui no blog e nos programas da Radium. A gente traduz a linguagem econômica para você tomar melhores decisões.


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