Ata do Copom de maio de 2025: Selic sobe para 14,75% com cenário inflacionário ainda adverso
- Ricardo São Pedro
- 13 de mai.
- 3 min de leitura

Por Ricardo São Pedro
A Ata do Copom de maio de 2025 confirmou os motivos por trás da decisão de elevar a taxa Selic para 14,75% ao ano. Publicada após a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, a ata revela a preocupação com a inflação persistente, as expectativas desancoradas e o cenário internacional incerto.
Este artigo vem para complementar o texto publicado na semana passada, no qual analisamos a decisão do Copom. Agora, com a divulgação da Ata da Reunião, temos acesso aos bastidores e argumentos que sustentaram o novo aumento dos juros.
O que mostra a Ata do Copom de maio de 2025
Cenário internacional incerto pressiona decisões
A conjuntura externa continua desafiadora. A política comercial dos Estados Unidos, com novas tarifas e impactos sobre o comércio global, está alimentando incertezas sobre o crescimento mundial e os níveis de inflação. O Copom avalia que esse ambiente exige mais cautela por parte de países emergentes, como o Brasil, sobretudo diante de uma possível desaceleração mais forte da economia americana.
Inflação elevada e expectativas desancoradas preocupam
No cenário doméstico, a inflação continua acima da meta. As projeções da pesquisa Focus indicam:
5,5% para 2025
4,5% para 2026
Esses números evidenciam uma desancoragem das expectativas de inflação, o que representa um risco adicional para o controle de preços. O Copom foi claro: em um ambiente com expectativas desancoradas, será necessário manter a política monetária mais restritiva por mais tempo.
Atividade econômica ainda resistente ao aperto monetário
A economia brasileira segue apresentando sinais de resiliência. O mercado de trabalho continua aquecido, com baixo desemprego e salários reais em alta, o que sustenta o consumo e dificulta a desaceleração da inflação. Apesar disso, o Copom já observa sinais iniciais de moderação, como parte do efeito esperado do atual ciclo de juros elevados.
Crédito mais caro e política fiscal afetam projeções
O mercado de crédito começa a sentir os efeitos da alta dos juros: taxas mais elevadas, menor apetite ao risco por parte dos bancos e queda nas concessões. Esses fatores devem contribuir para a redução da atividade ao longo dos próximos trimestres.
O Comitê também manifestou preocupação com a política fiscal. Um ambiente de aumento de gastos públicos, sem contrapartida de reformas estruturais, pode comprometer a credibilidade e elevar a taxa de juros neutra da economia — tornando o combate à inflação ainda mais custoso.
Por que a Selic subiu para 14,75% ao ano
A decisão de elevar a Selic em 0,50 ponto percentual foi tomada com base em:
Inflação ainda pressionada
Expectativas desancoradas
Resiliência da atividade econômica
Pressões do mercado de trabalho
Incertezas fiscais e externas
As projeções do próprio Banco Central indicam uma inflação de 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, ainda distantes da meta.
Perspectivas para a política monetária nos próximos meses
O Copom sinalizou que a política monetária deve continuar restritiva por um período prolongado. A atuação do Banco Central seguirá baseada na evolução da inflação, nas expectativas do mercado, no comportamento do câmbio e nos impactos acumulados das decisões anteriores.
Fique por dentro
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Fonte: Ata do Copom Maio de 2025
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