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Das Pirâmides à Liberdade Financeira: Lições de Planejamento e Propósito

Vista da Pirâmide do Sol em Teotihuacán, no México, com plataformas menores ao redor e visitantes caminhando no primeiro plano.
Pirâmide do Sol, em Teotihuacán — símbolo de planejamento, propósito e construção coletiva que inspira reflexões sobre liberdade financeira.  Foto: Silvia — arquivo pessoal

Publicado em 07/11/2025

Por Silvia Alambert Hala (@silviaalambert_edufin)

Recentemente, estive no México e visitei as impressionantes pirâmides de Teotihuacán, um lugar que parece suspenso no tempo.


Enquanto eu subia aqueles degraus milenares, cercada pela grandiosidade da Pirâmide do Sol e da Lua, um pensamento me acompanhava:


“Como civilizações tão antigas conseguiram construir algo tão monumental, sem tecnologia moderna, mas com tanto conhecimento, cálculo e propósito?”


A resposta, percebi, vai muito além da engenharia. Ela fala sobre organização, disciplina, propósito coletivo e visão de longo prazo: os mesmos fundamentos necessários para a construção da prosperidade financeira hoje.


O conhecimento como fundação


Egípcios, maias e povos de Teotihuacán não contavam com computadores nem máquinas, mas possuíam algo essencial: sabiam observar, medir e planejar.


Esses povos desenvolveram sistemas avançados de matemática, astronomia e arquitetura, capazes de alinhar suas construções ao movimento do Sol e das estrelas.


Eles entendiam que sem medida, não há equilíbrio. Portanto, antes de erguerem pedras, erguiam conhecimento e aqui começa o primeiro paralelo com a educação financeira: não é possível construir prosperidade sem compreender os próprios números.


Assim como um construtor mede o terreno antes de levantar um templo, quem busca liberdade financeira precisa medir receitas, despesas e metas antes de dar o primeiro passo.


O poder do planejamento e da paciência que leva a liberdade financeira


As pirâmides levaram décadas para ficarem prontas. Nenhuma delas foi feita às pressas. Cada bloco, cada degrau, tinha uma razão de existir.


Essas obras eram o resultado de um planejamento contínuo, de pessoas que, talvez, nem chegassem a ver o monumento final, mas que trabalhavam com um propósito maior.


E não é assim também com as nossas metas financeiras?


Poupar, investir e educar-se financeiramente exigem tempo, visão e constância.


Quem planta hoje, colhe amanhã.


A liberdade financeira é a pirâmide da vida moderna: não se ergue com impulsos, mas com propósito e paciência.


As civilizações antigas eram sociedades altamente organizadas.


Nas obras, havia funções bem definidas: engenheiros, pedreiros, arquitetos, transportadores, sacerdotes e líderes espirituais.


Cada um sabia o que fazia e por quê. Nada era obra do acaso. Eles trabalhavam por um ideal comum: ligar o humano ao divino; transformar esforço em legado.


Nas finanças, o princípio é o mesmo.


Não basta ganhar dinheiro, é preciso dar direção ao que se ganha.


Cada gasto, cada investimento, cada escolha é uma pedra colocada na nossa pirâmide pessoal e, assim, como nas antigas civilizações, o propósito sustenta a estrutura.


Lembre-se: sem propósito, o dinheiro se dispersa, com propósito, ele se multiplica.


Outro aspecto fascinante dessas civilizações é o alinhamento cósmico de suas pirâmides: a de Gizé, no Egito, aponta quase exatamente para o norte verdadeiro; Teotihuacán se alinha com o pôr do sol nos dias de solstício; Chichén Itzá, dos maias, projeta o “deus serpente” em sombra, em perfeita sincronia com a luz.


Esses povos buscavam harmonia entre o homem e o universo, entre o que está acima e o que está abaixo.


Na educação financeira, essa harmonia é o equilíbrio entre consumo e propósito, presente e futuro, prazer e prudência.


Prosperar não é acumular; é viver em equilíbrio.


É fazer o dinheiro servir à vida, e não o contrário.


O legado que atravessa séculos


As pirâmides continuam de pé há milênios porque foram construídas sobre fundamentos sólidos.

Elas resistiram a guerras, erosões e impérios, porque nasceram de um propósito firme e de cálculos precisos.


Da mesma forma, a segurança financeira é uma construção que deve resistir ao tempo, às crises, às mudanças e às fases da vida e isso só acontece quando a base é sólida, feita de conhecimento, disciplina e valores. Por isso, mais importante do que ensinar a ganhar dinheiro é ensinar a construir fundações; é ensinar nossas crianças e jovens a pensar como construtores, e não apenas como consumidores.


Atividade prática: construindo sua própria pirâmide financeira


Uma proposta para realizar em casa ou na escola, com crianças e adolescentes.


Objetivo: Refletir sobre o que é essencial para construir uma vida financeira equilibrada, conectando o aprendizado histórico ao autoconhecimento.


 Passo a passo:


1.     Desenhe uma pirâmide em uma folha (ou construa com bloquinhos de papel).


Divida-a em cinco andares, do mais largo (base) ao mais estreito (topo).


2.     Explique o simbolismo:


Cada parte da pirâmide representa uma etapa na construção da liberdade financeira, assim como os blocos das antigas civilizações sustentavam o topo.


3.     Convide os alunos (ou filhos) a preencherem as partes:


  • Base – Conhecimento:


O que eu sei sobre dinheiro? O que preciso aprender?

(Exemplo: Como funciona um orçamento, o valor do trabalho, o que é poupar.)


  • Segundo andar – Organização:


Como posso cuidar melhor do que tenho?

(Exemplo: Fazer uma planilha, anotar gastos, separar por categorias.)


• Terceiro andar – Propósito:


Por que quero aprender sobre dinheiro? O que ele representa pra mim?

(Exemplo: liberdade, ajudar a família, viajar, estudar.)


• Quarto andar – Equilíbrio:


Como posso usar o dinheiro de forma saudável?

(Exemplo: gastar com o que importa, evitar desperdício, ter consciência nas escolhas.)


• Topo – Legado:


O que quero deixar para o futuro?

(Exemplo: boas memórias, generosidade, segurança, aprendizado.)


4. Depois, cada um pode apresentar sua pirâmide e explicar suas escolhas.


A ideia é mostrar que, assim como as pirâmides antigas, cada vida é uma construção única e que o verdadeiro tesouro é o conhecimento que sustenta tudo.


Quem ama também educa financeiramente.


Silvia Alambert Hala é mãe, empreendedora educacional, cofundadora da www.creativewealthintl.org, empresa que atua no desenvolvimento de programas de educação financeira para crianças e jovens e treinamento de multiplicadores dos programas no Brasil e em diversos países há cerca de 20 anos, palestrante Tedx São Paulo Adventures, coautora do livro “Pai, Ensinas-me a Poupar” (editora Rei dos Livros, Portugal), educadora financeira de crianças, jovens e suas famílias.


Radium e Creative Wealth Internacional firmaram uma parceria colaborativa para fornecer educação financeira abrangente para brasileiros em todo o mundo.

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