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Quando os Humanoides Chegarem: O Futuro do Trabalho e o Papel da Educação no Brasil

Atualizado: 8 de mai.

Humanoide robô organizando caixas em um centro logístico enquanto um trabalhador humano observa, representando a substituição de empregos por máquinas.
O avanço da automação já ocupa funções antes humanas: é hora de repensar o futuro do trabalho no Brasil.

Por Ricardo São Pedro


O Avanço dos Humanoides, o Futuro do Trabalho e a Realidade Brasileira


A tecnologia avança a passos largos e, com ela, os humanoides começam a ocupar espaços antes exclusivos dos seres humanos. Em países desenvolvidos, já fazem parte do cotidiano de muitas famílias e empresas — limpam casas, cuidam de idosos, operam em linhas de produção e organizam estoques com agilidade e precisão.


Essa revolução tecnológica, inevitável e crescente, também bate à porta do Brasil. E o que estamos fazendo para nos preparar?


Enquanto o mundo se adapta a um novo paradigma, o Brasil enfrenta uma dura realidade: grande parte da população economicamente ativa ainda depende de empregos que, aos poucos, serão substituídos por máquinas. Falta especialização, investimento em educação e, sobretudo, visão de futuro nas políticas públicas.


Os Empregos Que Estão Sumindo


Já temos, em centros logísticos de grandes empresas como o Mercado Livre, robôs que separam e organizam pedidos com mínima ou nenhuma intervenção humana. Isso não é apenas uma modernização: é a substituição direta de postos de trabalho, especialmente os menos qualificados.


E, por mais que esses trabalhos devessem ser apenas transitórios — para jovens que pagam seus estudos ou para quem busca uma recolocação —, a verdade é que milhões de brasileiros vivem uma vida inteira neles. Para muitos, essa é a única chance de sustento.


Um País Sem Preparo


O problema não está no avanço da tecnologia, mas na falta de preparo do país para lidar com ela. Nossa educação básica segue defasada, o acesso ao ensino técnico e superior ainda é limitado e não há um alinhamento entre o que se ensina em sala de aula e o que o novo mundo demanda.


INAF 2024: O Alerta Vermelho do Alfabetismo Funcional


Esse cenário se agrava ainda mais com os dados do recém-divulgado INAF 2024 – Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, que mostram que 29% da população brasileira entre 15 e 64 anos é considerada analfabeta funcional. Essas pessoas têm dificuldade para compreender informações básicas de leitura, escrita, matemática e uso do digital — o que as coloca completamente à margem da nova economia.


O dado mais alarmante: 95% dos analfabetos funcionais também têm baixo desempenho digital. Ou seja, estão excluídos duplamente do mundo do trabalho moderno.



O Papel Urgente do Estado


É papel do governo observar as transformações globais e agir com urgência. Precisamos de políticas públicas sérias, que invistam na formação de professores, na infraestrutura escolar, na atualização dos currículos, no fomento à ciência e à inovação.


Precisamos inserir a população mais vulnerável em um processo real de inclusão tecnológica e social. Do contrário, assistiremos passivamente à substituição de pessoas por máquinas — e quem pagará essa conta, como sempre, será o povo.


O Poder da Escolha Individual


Mas também precisamos falar de escolhas individuais.Sim, o governo tem um papel enorme — e deve ser cobrado por isso. Mas não podemos ignorar o poder de transformação que nasce do esforço de cada pessoa.


Em todo o Brasil, há exemplos de gente que começou na base, com todas as dificuldades possíveis, mas decidiu buscar algo diferente. Estudou de madrugada, trabalhou dobrado, economizou cada centavo, fez um curso técnico, aprendeu algo novo. Sofreu? Muito. Mas venceu.


Essas histórias reais mostram que, embora o caminho seja duro, é possível mudar a própria realidade.


Cidadania Ativa: O Voto Como Ferramenta de Mudança


Não é justo exigir que o indivíduo vença sozinho um sistema injusto, mas também não é certo se acomodar esperando que tudo venha de fora. A mudança coletiva começa quando mais pessoas escolhem mudar — mesmo diante das limitações.


E aqui entra outro ponto fundamental: o nosso papel como cidadãos ativos.Em 2026, teremos eleições gerais. Vamos eleger presidente, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. E são justamente esses parlamentares — muitas vezes eleitos sem o devido critério — que têm o poder de aprovar (ou barrar) leis, projetos e investimentos que podem transformar a realidade do país.


O voto consciente é a principal ferramenta de mudança estrutural que temos nas mãos.


Preparar Para o Futuro é Urgente


O futuro do trabalho será inevitavelmente impactado pelos humanoides.


A pergunta é: vamos permitir que eles apenas nos substituam ou vamos nos preparar para criar, controlar e evoluir com eles?

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