Adam Smith e a Economia das Virtudes: Como Disciplina e Empatia Moldam o Sucesso Financeiro
- Silvia Alambert Hala
- há 11 horas
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Descubra como Adam Smith via disciplina e empatia como pilares da prosperidade e da educação financeira familiar.

Publicado em 03/10/2025
Por Silvia Alambert Hala (@silviaalambert_edufin)
Vivemos em um mundo acelerado, onde o consumo é estimulado a todo instante. Nesse cenário, resgatar a visão de Adam Smith é mais atual do que nunca.Ele nos lembra que a economia é, antes de tudo, humana: feita de escolhas, valores e sentimentos. Quando cultivamos disciplina e empatia, damos sentido às nossas decisões financeiras e contribuímos para uma sociedade mais justa e equilibrada.
Quem foi Adam Smith e o que ele defendia?
Adam Smith (1723–1790) é considerado o pai da economia moderna e fundador da Escola Clássica da Economia.Em suas obras — A Teoria dos Sentimentos Morais (1759) e A Riqueza das Nações (1776) — ele demonstrou que o verdadeiro progresso econômico não nasce apenas da produção ou do lucro, mas do caráter moral das pessoas.
Smith acreditava que a sociedade prospera quando o interesse individual é equilibrado por ética, disciplina e empatia. Em outras palavras, o mercado funciona melhor quando as pessoas cultivam autocontrole e senso de humanidade.
A disciplina financeira: o poder do autocontrole
A disciplina é o músculo invisível da prosperidade: ensina a adiar recompensas e manter o foco em objetivos de longo prazo.Segundo estudo do Behavioral Insights Team (2021), pessoas com hábitos consistentes de autocontrole têm 25% mais chances de atingir metas financeiras. Outro levantamento da American Psychological Association (2020) mostrou que quem monitora seus gastos sente 35% menos estresse financeiro.
Na prática, ensinar disciplina financeira desde cedo ajuda jovens a enxergar o dinheiro como ferramenta, não como fim. Exercícios simples como guardar parte da mesada, planejar compras e diferenciar necessidade de desejo fortalecem autonomia e paciência — virtudes centrais na visão de Adam Smith.
A empatia nas finanças: decisões éticas e humanas
A empatia é o outro lado da moeda da disciplina.Se uma regula nossos impulsos, a outra orienta nossas intenções. Smith dizia que o ser humano é movido pela “simpatia moral” — a capacidade de sentir o outro e ajustar suas ações de acordo.
Esse princípio segue atual: quando compreendemos o impacto social de nossas escolhas financeiras, agimos de forma mais ética e sustentável.
De acordo com o relatório da OECD — PISA 2022, estudantes com maior empatia social apresentam melhores índices de responsabilidade financeira, com menor propensão ao endividamento e maior tendência à poupança.Ao trazer empatia para as finanças, formamos consumidores conscientes e cidadãos solidários.
O caráter como capital financeiro
A economia das virtudes mostra que o mercado não é movido apenas por capital financeiro, mas também por capital moral. Honestidade, gratidão e prudência criam confiança, um ativo intangível e valioso nas relações humanas e econômicas.
Estudo da Harvard Business Review (2019) indica que empresas com culturas éticas fortes crescem 14% mais de forma sustentável do que aquelas focadas apenas no lucro imediato.
Da mesma forma, pessoas financeiramente éticas constroem credibilidade, tranquilidade emocional e prosperidade duradoura.
O caráter, portanto, é um capital que nunca se desvaloriza.
Atividade prática: Gatilhos de virtude em 7 dias
Uma forma eficaz de trabalhar disciplina e empatia financeira com crianças, jovens e famílias é por meio de pequenos desafios práticos.
Passo 1 – Identifique hábitos que pedem autocontrole
Liste três hábitos financeiros que exigem mais disciplina:
Evitar compras por impulso;
Reservar parte da mesada ou salário;
Anotar todos os gastos da semana.
Passo 2 – Crie “gatilhos de virtude”
Use lembretes que estimulem comportamentos desejados:
Frases como “Preciso disso ou apenas quero?”;
Post-it com “Disciplina é liberdade”;
Pulseira ou símbolo que lembre o propósito.
Passo 3 – Pratique por 7 dias
Durante uma semana, acompanhe os progressos e dificuldades. Pais e professores podem conversar diariamente sobre o que aprenderam com cada decisão.
Passo 4 – Reflita e compartilhe
Após 7 dias, reflita com o grupo:
O que foi mais desafiador?
Qual virtude ficou mais forte?
Como manter esse hábito no cotidiano?
Essa dinâmica transforma virtudes em ações conscientes, conectando ética e dinheiro no cotidiano.
O verdadeiro progresso econômico nasce da ética e do autocontrole
O pensamento de Adam Smith mostra que educação financeira não é apenas sobre números, mas sobre valores.Quando cultivamos disciplina e empatia, fortalecemos a capacidade de tomar decisões financeiras equilibradas, éticas e responsáveis.
O dinheiro pode comprar conforto, mas é o caráter que constrói segurança e confiança.Investir nas virtudes é, antes de tudo, investir no futuro.
Silvia Alambert Hala é mãe, empreendedora educacional, cofundadora da www.creativewealthintl.org, empresa que atua no desenvolvimento de programas de educação financeira para crianças e jovens e treinamento de multiplicadores dos programas no Brasil e em diversos países há cerca de 20 anos, palestrante Tedx São Paulo Adventures, coautora do livro “Pai, Ensinas-me a Poupar” (editora Rei dos Livros, Portugal), educadora financeira de crianças, jovens e suas famílias.
Radium e Creative Wealth Internacional firmaram uma parceria colaborativa para fornecer educação financeira abrangente para brasileiros em todo o mundo.