Por que ninguém lava a louça aqui em casa?
Atualizado: 30 de mar. de 2023
Entender que a vida não é o que se imagina e que sempre antes de tomar qualquer decisão será sempre necessário entender quais os prós e contras de tudo aquilo é algo que nos ajuda a viver em paz. Isso se chama Planejamento!
Como todos entendem que será
Muitos adolescentes sonham em sair da casa dos seus pais e viver a sua independência sem ter que dar a mínima satisfação do que vão fazer, não é verdade? Então, você vai lá e arranja o seu primeiro estágio e com aquele seu suado “DinDin” consegue rachar um apartamento com outros dois amigos que estão no “mesmo barco”.
Nas primeiras semanas é aquela maravilha! Vocês aproveitam toda a liberdade que têm, são festas frequentes, ainda sem pensar naquelas tarefas chatas do dia a dia, tais como: lavar a louça, arrumar a casa, limpar o banheiro ou mesmo jogar o lixo fora.
Como acontece de verdade
Quando o primeiro mês de convivência chega ao fim, vem um dos seus companheiros de apartamento que se incomoda mais com a toda sujeira e toda bagunça e começa a limpar de forma independente aquela “Zona”. A epopeia começa pelos “copos sobreviventes”, visto que só sobraram 4 da contagem inicial, de tal forma que há/havia 6 que já quebraram ou estão "desaparecidos", ou seja, no início da “República” tinham 10 copos.
A “batalha” de organizar tudo sozinho é árdua, mas vale a pena, pois é pelo equilíbrio da casa e então pelos próximos 2 meses esse “guerreiro” se martiriza pelo bem maior.
Então em uma manhã de segunda-feira, o nosso “mártir”, vai lavar a pilha de louça suja que acumulou do final de semana, quando ele corta o seu dedo com um copo quebrado que estava dentro da pia, furioso ele pensa:
- Essa foi a última gota de água, eu não vim morar sozinho para ser babá de ninguém!
As reflexões necessárias
Nesse mesmo dia à noite, os três amigos jantam juntos e um deles, que estuda economia, lembra de uma aula que tivera, há 2 semanas, sobre um problema que ocorreu no século XVIII na Inglaterra sobre a utilização de terras comuns. Segundo o seu professor de economia havia uma região na Inglaterra com terras férteis compartilhadas entre os cidadãos, ou seja, de uso comum a todas as pessoas. Logo ao lado havia uma outra área privada com diferentes proprietários, dos quais cada um tinha a sua área demarcada e utilizada para o objetivo pessoal de cada dono de terra. Além disso, ambas as áreas tinham a mesma fertilidade, ou seja, tinham a mesma possibilidade e probabilidade de se plantar e colher, com a mesma abundância e qualidade, tanto para as plantas que ali cresciam, quanto para os seus animais que se alimentavam do "verde" dos pastos ali existentes.
Segundo o professor, ao longo dos anos a área verde, que era compartilhada por todos, foi se desgastando pelo uso “coletivo” e desenfreado das pessoas, até que ninguém mais conseguiu plantar, assim como alimentar os seus animais.
Os jovens foram percebendo o paralelo com o que estavam vivendo, pois sem uma organização clara das tarefas domésticas a casa compartilhada com regras claras e praticáveis por todos os seus bens em comum (louça, arrumação, limpeza) teriam em breve o mesmo fim das terras comuns da Inglaterra.
Embora hoje em dia seja muito claro que as pessoas tenham a posse de suas áreas privadas com documentos e registros em cartórios, este mesmo conceito de direito de propriedade era pouco comum naquele momento da história e apenas determinadas pessoas tinham registro das suas áreas privadas.
Uma coisa é clara minha querida/meu querido leitor a economia pode nem sempre ser simples e clara para todos, no entanto quando fazemos paralelos com acontecimentos históricos e verdadeiros a ficção ganha vida e cor.
E para os curiosos: a "República" e os 3 jovens estão no caminho para uma convivência mais harmônica e “limpa” rss.
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