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Copom eleva a Selic para 13,25% e reforça alerta sobre inflação desancorada

Atualizado: 5 de fev.

Foto do banco central em Brasília, lugar onde se reune Comitê de Política Monetária para as decisões sobre política monetária em nosso país.
Banco Central aumenta a taxa Selic e Ata publicada no dia de hoje traz as principais causas para esse aumento.

Por Ricardo São Pedro


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, em sua 268ª reunião realizada nos dias 28 e 29 de janeiro de 2025, a elevação da taxa Selic em 1,00 ponto percentual, levando-a para 13,25% ao ano. A decisão reflete o cenário de inflação ainda adverso, com expectativas de inflação desancoradas e persistência de pressões de preços, especialmente em serviços e alimentos. Neste artigo, vamos trazer, na nossa visão, os principais pontos trazidos na Ata da reunião que foi publicada hoje.


Selic, inflação persistente e economia aquecida


Um dos pontos centrais do comunicado, da Ata da renuião publicada no dia de hoje, foi a preocupação com a resiliência da economia brasileira. Apesar da política monetária contracionista em vigor, os indicadores de atividade econômica seguem aquecidos, impulsionados por um mercado de trabalho robusto, expansão fiscal e forte concessão de crédito.


Ainda que o mercado traga o baixo índice de desemprego em nossa economia, ainda persistem níveis médios salariais que não são suficientes para uma vida com a devida dignidade.

O Copom apontou que, nos últimos meses, a inflação cheia e suas medidas subjacentes continuaram acima da meta, refletindo a alta dos preços de alimentos, a depreciação cambial e a demanda interna aquecida. As expectativas de inflação para 2025 e 2026, captadas pelo Boletim Focus, subiram para 5,5% e 4,2%, respectivamente, reforçando a necessidade de ação firme da política monetária.


Mercado de crédito e taxa de câmbio em foco


Outro fator de atenção foi o mercado de crédito, que continua mostrando dinamismo, embora com sinais recentes de inflexão, principalmente no crédito bancário de baixo risco para pessoas físicas. No entanto, o mercado de títulos privados ainda apresenta crescimento acima do esperado, o que pode atenuar os efeitos do aperto monetário.


Ainda há confiança no uso do crédito no Brasil para acelerar a realização de objetivos, mas, a longo prazo, isso pode ser prejudicial para o consumidor, que não tem garantias sobre sua permanência no mercado de trabalho.

A taxa de câmbio também entrou no radar do Copom. O real se desvalorizou, com a cotação do dólar chegando a R$6,00, pressionando custos e afetando a inflação de bens industrializados. O Comitê destacou que a volatilidade cambial está diretamente ligada às incertezas fiscais e à política econômica dos Estados Unidos, o que pode elevar ainda mais a taxa de juros neutra da economia brasileira.


Perspectivas para a política monetária


O Copom deixou claro que, caso o cenário inflacionário permaneça adverso, a taxa Selic poderá ser elevada novamente na próxima reunião, em igual magnitude. O Comitê reforçou que sua política seguirá baseada no compromisso firme de convergência da inflação para a meta.


O Relatório Focus desta semana traz ainda a perspectiva de alcançarmos uma Selic no ano de 2025 de 15,00% ao ano.

Além disso, enfatizou a necessidade de políticas fiscal e monetária alinhadas. O aumento do crédito direcionado e as incertezas sobre a sustentabilidade da dívida pública foram citados como fatores que podem comprometer a eficácia da política monetária e prolongar o processo de desinflação.


A elevação da Selic para 13,25% sinaliza que o Banco Central segue atento às pressões inflacionárias e disposto a adotar medidas firmes para garantir a estabilidade de preços. Com um cenário externo desafiador e uma economia interna ainda aquecida, os próximos meses serão decisivos para avaliar a eficácia do aperto monetário. O compromisso do Copom com a estabilidade econômica e a necessidade de ajuste fiscal seguem como fatores cruciais para a trajetória da inflação e da política de juros no Brasil.


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